Esta é a 2ª parte do artigo sobre os Mão Morta (leia ou releia a primeira parte aqui).
Chegamos agora a 1992, ano em que a banda se deixa abater, ano em que a banda dá um único concerto em Abril, um concerto pouco emotivo, algo morto.
Mão Morta |
Por influência de Adolfo Luxúria Canibal, os Mão Morta voltam ao estúdio para preparar um novo álbum, este sem a participação de José Pedro Moura que é obrigado a afastar-se por problemas de dependência de heroína, ainda assim o entusiasmo volta e em 1992 é editado o "Mutantes S.21" que é considerado de forma quase automática o melhor álbum do ano.
1993 é talvez o ano mais triunfante, é lançado recentemente o projecto mais célebre dos Mão Morta até à data e a lista de concertos quase não tem fim. "Mutantes S.21" é considerado novamente o melhor álbum do ano e é também o primeiro da banda a ser editado em CD. É então que, em 1994, Carlos Fontes anúncia que vai sair da banda, apesar de dar o tempo necessário a Adolfo Luxúria Canibal para arranjar um substítuto e continuar a actuar enquando fosse preciso.
1994 é também o ano de lanlçamento de "Vénus em Chamas", um CD algo difícil de vender e dos resultados terem ficado algo abaixo do previsto pela editora (BMG). Falando de prémios, em 1195 são nomeados para "grupo nacional do ano" e para "melhor vocalista masculino nacional" (Adolfo Luxúria Canibal) e recebem a "Medalha de Mérito - Grau Prata da Cidade de Braga".
A carreira dos Mão Morta sempre foi marcada por altos e baixos e 1996 é ,claramente, um ano mau. A carrinha que transportava todos os materiais e instrumentos da banda incendeia-se na ponte 25 de Abril, o que obriga a banda a assinar um contrato de dois álbuns com a editora Norte-Sul (por fornecer instrumentos). Para além disto, o manager da banda, Vitor Silva (que trabalhava com o grupo desde 1996) é afastado por não estar a altura de tão grave acontecimento.
"Há já muito tempo que neste latrina o ar se tornou irrespirável" é o nome de mais um projecto composto por músicas originais, este apresentado em 1998. O álbum não passou de 12º lugar de vendas nacionais, ainda que nesse mesmo ano os Mão Morta tenham enchido por completo o Coliseu dos Recreios num grande e muito elogiado concerto.
Adolfo Luxúria Canibal |
Em 2001 é lançado um dos mais famosos ábuns da banda: Primavera de Destroços. É nesta altura que a banda consegue ser cabeça de cartaz de todos os eventos estudantis do país, um marco único. É também neste ano que recebem o mais importante galardão músical português: Prémio de Música Blitz: Carreira. De destacar que o prémio foi recebido por todos os membros e ex-membros do grupo (excepto Zé dos Eclipses por não se encontrar em território nacional), Adolfo Luxúria Canibal ao discursar fez ainda questão de partilhar o prémio com Vitor Silva (passado manager da banda).
Em 2002 foi feita uma reedição de "Primavera de Destroços", o que permitiu aos Mão Morta finalizar o contrato com a "Norte-Sul" e, num projecto entre Miguel Pedro, António Rafae e Luxúria Canibal, forma-se uma editora própria não para edição própria, mas para promover novos artistas portugueses.
Após terem gravado "Nus" (novo álbum), encontrar uma editora não foi tarefa fácil, a EMI e a Universal consideraram o álbum pouco comercial e, consequentemente, pouco vendável. Acabou por ser a "Cobra" a editar "Nus" em 2004, sem qualquer tipo de arrependimento pois foi, de londe, o álbum mais bem sucedido de Mão Morta, superando "Primavera de Destroços". Uma tour extremamente bem sucedida finalizou o lançamento.
Depois 5 anos a trabalharem noutros projectos que não a edição de álbuns originais, aproveitam 2010 para lançar "Pesadelo em Peluche" (review aqui) que entra directamente para o Top 3 de vendas nacionais e ainda para comemorar os 25 anos de carreira.
Ouça aqui mais algumas músicas de Mão Morta:
Tu Disseste
Budapeste
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