sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OPINIÃO: Deolinda

É, provavelmente, a minha banda portuguesa favorita. Confesso que não os acompanho desde o início, pois a primeira música que ouvi foi a "Um Contra o Outro" do segundo disco: "Dois Selos e um Carimbo" (2010).


A ideia surgiu em 2006, quando Pedro da Silva Martins convidou José Pedro Leitão, Luís José Martins e Ana Bacalhau para gravarem quatro músicas que tinha escrito. Assim, em 2008 assistimos ao lançamento de "Canção ao lado", álbum de estreia da banda lisboeta.

O último disco chama-se "Mundo Pequenino" (2013) e fala, sobretudo, de aventuras passadas pela banda ao longo destes últimos anos. Lançaram um DVD ao vivo no Coliseu dos Recreios, já foram considerados uma das grandes bandas europeias e o Brasil considerou "Mundo Pequenino" como o melhor álbum internacional de 2013. Fizeram também um pouco de história com "Parva que sou", uma música que rapidamente se tornou um hino das gerações mais jovens.

Feitas as apresentações, passamos à opinião:

Confesso que a primeira vez que ouvi "Um Contra o Outro" não fiquei completamente convencido - e a verdade é que ainda hoje não é das minhas preferidas.

"Canção ao Lado": Tem o nome do álbum de estreia e está, sem dúvida, entre as minhas músicas favoritas dos Deolinda. "Lisboa não é a Cidade Perfeita" e "Clandestino": Duas músicas calmas mas com letras muito consistentes. "Clandestino" tem das letras mais bonitas que á ouvi.

"E acaso nos tocar o azar,
O combinado é não esperar,
Que o nosso amor é clandestino."

"Há Dias Que Não São Dias" e "Alvalade e as Portas de Benfica": São músicas um pouco paradas mas, mais uma vez, lindíssimas. Pertencem ao álbum "Dois Selos e um Carimbo".

"Não Tenho Mais Razões": É com esta música que começa o álbum ao vivo no coliseu - é uma crítica à sociedade em que vivemos, mas de um ponto de vista um pouco diferente.

"Oh senhor doutor, esta doença só me dá para dançar...
Faça qualquer coisa que eu não tenho mais razões para me queixar!"

Por fim, o excelente "Mundo Pequenino" - excelente mesmo. Todos nós temos um álbum de que gostamos do princípio ao fim. É impressionante como não há uma música menos boa. "Musiquinha" é também uma interessante crítica.

"Está tudo morto, não?
Não há motivação!
Nada acontece, está tudo à espera...
Está tudo encerrado, não?
Não há mais vibração, ninguém se mexe...
Que grande seca.

Pois já que a ninguém espanta
Ver que isto já não anda,
Põe a musiquinha e abana essa anca!

Já que a ninguém espanta
Ver que isto não avança
Ouve a musiquinha e abana, abana, abana!"

No Sol da Caparica espero ver os Deolinda pela quarta vez - não me canso e gosto cada vez mais - vale a pena.


Não Tenho Mais Razões



Clandestino



Musiquinha



Parva Que Sou

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